O crepúsculo se vai, a noite aterrissa. No interior do campo encontra-se uma floresta com ar de mistério. Urubus sobrevoam suas imponentes árvores, morcegos voam para todos os lados; a ausência parcial de luz não permite uma detalhada descrição.
Ariadna acorda sobre a grama, a escuridão a assusta, tudo a sua volta são sombras disformes que não têm significado algum. De repente, a menina se dá conta de onde está. Já estivera ali? Talvez. Estava tudo tão confuso que ela nem se lembrava como fora parar naquela floresta. O medo toma toda sua essência. Começa a correr por entre as árvores. Após alguns minutos, começa a sentir-se em um ambiente familiar.
Repentinamente, Ariadna depara-se com uma casa que não lhe é estranha. Na verdade, tem uma daquelas sensações estranhas, um “déjà vu”, não tem ideia do porquê. Após ter batido várias vezes na porta, ninguém respondeu, ela então decide adentrar na casa, procurar ajuda; estava desorientada.
Na sala da casa, Ariadna sente-se estranhíssima, as penumbras dos cômodos deixam-lhe ainda mais assustada. Ali mesmo, a garota vê fotografias, fotografias de si mesma. Então, em um “insight”, ela se recordou de tudo, ou quase tudo. Já morara naquela mesma casa há pouco tempo, disso estava certa. Como não pôde lembrar? O que acontecera?
A menina, em seu momento de questionamento, virou-se e deu de encontro com um espelho, um bem grande. Assustou-se, mas foi pelo motivo menos provável, inusitadamente não havia reflexo algum. Como instinto, ela olhou a si mesma e nada enxergava, era um fantasma, simplesmente já estava morta.
Raphael Meireles
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