Vi a luz em mais um dia normal e, como todos os dias normais, saboreava a deliciosa banana amassada recheada com granola crocante e degustava um bom suco de laranja. A semana acabara de começar para mim e para os outros estudantes da escola Rêgo Barros, onde estudo desde criança.
Sempre ao passar pelo bosque da escola, notava as pessoas que apreciavam uma árvore que ficava no centro, contornada por algumas rochas vermelho-queimado pelo chão, como se fosse a primeira a ser plantada ali. Porém, sempre me perguntei por que esta árvore agrada tanto os olhos de quem a procura.
Com essa dúvida entranhada na minha cabeça, não pude deixar de investigar, a minha curiosidade era tanta que fiquei obcecado por isso. Desde então, comecei a perguntar e questionar as pessoas que a admiravam, alguns pensaram que eu estava ficando louco ou que eu fosse um “nerd” estúpido.
Mesmo não ligando para o que as pessoas falavam de mim, comecei a ficar preocupado pensando que estava enlouquecendo. Diante dessa suposta loucura, veio-me uma grande ideia à mente. Por que não olhar as fotos antigas do bosque e comparar a árvore de antes com a de hoje?
No mesmo dia, fui direto pesquisar na internet. Lá encontrei quase tudo desde a inauguração da escola até os dias atuais, diante de várias fotos, um choque que arrepiou todo o meu corpo acabara de se manifestar no momento em que percebi um contraste. Ao analisar as fotos antigas, a árvore era cheia de vida, abrigava frutos, ninhos, orquídeas, parecia muito saudável e incrivelmente bela. E, ao comparar a mesma árvore hoje, não parecia mais a mesma, pois tinha um aspecto sombrio e sinistro, atrofiada e sem vida, e o motivo disso é que sua beleza foi roubada pelos olhos de quem a admirava, demonstrando uma estranha fobia a humanos e à sua própria beleza.
Luiz Cláudio
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