Ministrando aulas de Redação para os alunos do terceiro ano do Ensino Médio da Escola Tenente Rêgo Barros, percebi que o potencial dos meus alunos/escritores não podia ficar restritito aos muros do colégio. Acho um desperdício que textos tão bons e interessantes sejam lidos apenas por quem os escreve e por quem os avalia - como acontece em quase todas as escolas do país. Por isso criei este blog, para compartilhar os textos interessantes, curiosos, às vezes hilários e sempre muito criativos desses adolescentes - meus alunos - potencias escritores e "escrevedores" praticantes da ETRB.















Leiam, curtam, deliciem-se, comentem e compartilhem conosco essa "viagem" boa que é a leitura.















domingo, 20 de março de 2011

A chuva de sangue amarelado

Era uma tarde chuvosa com inúmeros raios e trovões que brilhavam e estrondavam intensamente, uma tarde em que a forte chuva bloqueava minha visão e, consequentemente, ocultava todas as características dela.
Enquanto chovia, pude perceber que o brilho dela não era o mesmo, o seu cheiro e formato mudaram completamente, acredito que essa mudança fora uma ilusão de óptica ou um mosaico de meus sentimentos. A chuva não parava e eu ficava cada vez mais nervoso, até que em certo momento tudo mudou.
Repetidos trovões soaram e ecoaram além do normal, e quando o relâmpago mais forte surgiu, pude vê-la perfeitamente, parecia energizada e brilhava intensamente. Foi quando percebi que aquele relâmpago atingiu a árvore e toda a carga elétrica fora direcionada a ela.
Os galhos tremiam como se estivessem sofrendo ataque epilético e, juntamente com o vento, as folhas balançavam de um lado para outro, rapidamente. Até que a verdade foi-me relevada, sei muito bem que um raio não atinge duas vezes o mesmo lugar, mas, na verdade, isso é uma farsa. Enquanto eu olhava para ela, um relâmpago atingiu a árvore novamente.
Desesperei-me com o brilho e o estrondo do raio, foi quando percebi que ela não estava no mesmo lugar, ela caiu e se machucou extremamente, era possível ver seu sangue amarelado derramado no chão sujo, suas deformidades sofridas pela queda.
A manga despedaçou-se, sangrou, chorou, gemeu e foi pulverizada pelo último raio que a chuva poderia ceder.

João Augusto Cardoso da Costa.

6 comentários:

  1. Nossa que viagem maluca e muito boaaa!

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  2. Muito bom, parabens João, me surpreendi. :D

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  3. O final ganhou o conto inteiro xDD "suas deformidades sofridas pela queda." Pobre manga
    muito legal teu texto

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Obrigado gente! Quero ver as redações de vocês nesse blog.

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